A chuva veio e lavou a calçada.
Sara se foi, e levou seu coração.
Lamuriento, viu o taxi partir,
com seu amor amarrotado.
Rosnando caminhou para a mesa
Onde queria terminar o trabalho.
Mas não podia, porque Sara
Terminara com ele.
Não era a ausência de Sara
Que o fazia mal.
Era a permanência dela,
Em cada canto da casa.
Nem eram as sombras
O que provocava arrepios.
Mas as sobras, mal-digeridas, do Amor.
As migalhas, os pedaços de si.
Os cacos que deveria juntar.
Para sempre.
Comeu.
Deitou.
E soluçou.
21 novembro 2009
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