Galgava as ruas com quinquilharias
Vendendo de tudo,
e ninguem comprando nada.
Abria os dentes para portas fechadas
Um doce olhar contra o azedume.
Quicava de porta em porta em porta.
Subia e descia, fazia-se ossos ambulantes
Um dia João resolveu vender seu riso
Para um anúncio de chicletes.
Não ficou rico, nem famoso
Quicando.
Morreu cariado em uma calçada
Surrado, por entre os dentes.
07 junho 2010
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