28 abril 2010

Gula!

Oh, apetitosas montanhas
Que olham conforme o balançar.
Suprem a paisagem onipresentes
Ao entardecer quente e úmido.

Aponto, e sem as mãos
desejar a carne da tua nudez.
Mas segues, pela rua afora
Me babando sem pudor.

Não ficas vermelha,
não te envergonhas?

Alcanso seu pulso
E sinto teu vigor.
Pode gritar
tentar fugir.

Pensaste que queria te comer?
Desejo apenas arrancar a carne
E sentir, não metaforicamente
teu sabor.

Ps:( "Os canibais também amam")
A idéa era brincar com histórias infantis, sobretudo da forma horrenda como elas eram contadas antigamente (a história original da "Chapeusinho Vermelho" é assustadoramente cruel). Fazer o caminho inverso da metáfora (de uma cena cruel, pouco a pouco, fazer algo doce).

Mas não ficou como eu queria, me faltaram versinhos malvados e, como de costume, acabei tentando fazer uma gracinha.
Não sei se funcionou, mas juro que tentei.

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