07 junho 2010

Kolgate

Galgava as ruas com quinquilharias
Vendendo de tudo,
e ninguem comprando nada.

Abria os dentes para portas fechadas
Um doce olhar contra o azedume.

Quicava de porta em porta em porta.
Subia e descia, fazia-se ossos ambulantes

Um dia João resolveu vender seu riso
Para um anúncio de chicletes.

Não ficou rico, nem famoso
Quicando.

Morreu cariado em uma calçada
Surrado, por entre os dentes.

"S@iberp@nque"

O cheiro de metal por todos os lados
lembrava o gosto do sangue.
Ambos oxidados e avermelhados.

Seus olhos agora eram de vidro
Pernas de aço, Nervos de Silício.
O alimento rico em fibras

Mas o coração ainda em frangalhos.