18 fevereiro 2009

Cogito

Existiria algum sentido na vida?
Alguma musa alada da verdade,
que descendo dos ceus em torpor
religioso nostrouxesse, enfim,
Tudo sobre o começo, o fim e o meio?

Que roupa vestiria esta Verdade?
Seria um anjo, seria beldade?
Que voz teria a doce deusa?
Afinação de rouxinol?
Seria rouca , de crua aspereza?

Não creio em Verdades.
Nem em "Alethéia" abençoada.
A verdade, não a Verdade, para mim,
não precisa surgir disfarçada de castidade.

Mas ter Certeza, sem duvida, encanta
Espanta o medo, simula a beleza
Aparenta ter na escuridão
Um calor, uma Resposta maravilha
Pena que õ que é lindo não ponha mesa.

Prefiro a duvida. Não quero Valquírias
Me dizendo "bom combate, venha conosco"
Sempre achei a ideia de mal-gosto
Algo tosco, enfim.
Não quero saber o fim da história
Saber como acaba não é para mim.

Quero Dúvidas. Belas, rechonchudas,
Pornôs, semidesnudas.
Quero não saber como virá
a próxima estrofe, que me aguarda
A próxima página, a farsa acabada

Quero não saber. Ter o prazer
de descobrir a cada dia e hora
marcada como será a próxima virada
Desfrutar, saborear
Prefiro não saber como terminar.

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