22 janeiro 2009

Novelão

Amor é um sentimento chato.
Perdoem-me os apaixonados,
Os proscritos desejantes
Os poetas amantes
Enfim, os como eu, chatos.

Amar é uma pentelhação.
É dar um pedaço da gente
Sem motivo ou razão

Doar nossos sentimentos mais febris
Dedicar cânticos e memórias
A aquele movimento dos quadris.

Sandice. Pasmaceira. Aborrecimento.
Besteira!

Amamos, sim amamos.
Mas convenhamos,
é sentimento tortuoso.
Indecifrável, sinuoso.
Aborrecido, ainda que gostoso.

Amamos quem difere,
quem se iguala, quem interfere
Amamos porque somos loucos.
Serenautas quase roucos.

E quando o amigo ao lado
Reclama e vira os olhos
Dizendo: -"Compadre, larga a mão
Está exagerando, bem sabe!"

Nos indignamos e dizemos:
"Isso é amor, não faça pouco!
Não entendeste? Então deixe-me
falar dela mais um pouco!"

Amantes são pessoas
De sentimento sublime
Amam, e como amam!

Mas sejamos francos, frios
objetivos como poucos:
Amar é verbo pavoroso
Mesmo quando é maravilhoso.

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