22 janeiro 2009

Outono do Dia

Quando a tarde chega
livra o dia de seus encantos
Menos luz, menos calor
Menos agito, mais torpor

É aquela hora do dia
Ou mais precisamente, da Tarde
Em que Sol já não arde
Já não brilha azul profundo

Faz o ruido dos que, vestidos
De suas armaduras Fordianas
Berram, reclamam, buzinam,
Mas eterna e momentaneamente parados

Nestas horas, sem piano ao fim da tarde
Reclamo a preguiça merecida
O espreguiçar longo, sonolento
Mal-humorado, insatisfeito

Aguardo.
Pela noite, pela madrugada,
pelo dia seguinte
(e perdoem-me o trocadilho sem sal),
pedinte mendigo um trocado
Um olá, um obrigado.

Anseio o sorriso
Carnudo, vermelho, perigo
Os braços longos de bailarina
Envolventes, que ao contrário da noite
Não chegam.

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