Álvaro de Campos / (Fernando Pessoa)
Todas as cartas de amor são        
Ridículas.        
Não seriam cartas de amor se não fossem        
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,         
Como as outras,        
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,         
Têm de ser        
Ridículas.
Mas, afinal,        
Só as criaturas que nunca escreveram         
Cartas de amor         
É que são        
Ridículas.  
Quem me dera no tempo em que escrevia         
Sem dar por isso        
Cartas de amor        
Ridículas.
       
A verdade é que hoje         
As minhas memórias         
Dessas cartas de amor         
É que são        
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,        
Como os sentimentos esdrúxulos,        
São naturalmente        
Ridículas.)
22 janeiro 2009
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esse poema é do drummond...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá. A poesia é do Fernando Pessoa. Ele também usava como pseudônimo Alvaro de Campos
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